Este pode parecer um post meio exagerado de minha parte e talvez até precipitado. Talvez até seja. Mas não consigo esconder a minha amarga decepção em relação a lesão de David Beckham ocorrida neste domingo. Assistia ao jogo do time rossonero de Milão quando vi aquela cena que me partiu o coração. Não pelo drama pessoal de um jogador, mas sim pelo drama pessoa Do Jogador.
Venho acompanhando o futebol de David Beckham a exatos onze anos. Tudo começou quando criei minha surreal afeição pelo Manchester United em 1999, ano que o clube faturou a UEFA Champions League com um time realmente incrível. Mas o destaque dos destaques, daquele invencível elenco, era sem dúvida o jovem Beckham. Com garra e classe ele realmente mudara o meio campo daquela equipa com suas cobranças de falta e passes fabulosos. Para mim, ali surgia um novo ídolo. Um novo jogador para acompanhar.
De certo que eu era muito jovem, mas acompanhava o quanto podia o Campeonato Inglês e me apaixonava mais pelo estilo de jogo dos “Diabos Vermelhos” e de seu camisa 7. Lembro-me claramente de grandes momentos como a inesquecível cobrança de falta que Beckham bateu contra o Real Madrid em plena Champions League. Nenhum goleiro pegaria aquela bola! Realmente incrível. Em 2002 vimos um David Beckham diferente. Muito criticado pela mídia por não ter grandes atuações pela seleção inglesa, Beckham acabou por se redimir em uma cena realmente lendária: No jogo Inglaterra x Argentina, Beckham cobraria um penalty e comemoraria da maneira mais absurda que eu já vira no futebol, aquela força e vontade me fizeram adimira-lo ainda mais. Com garra e força o esquadrão inglês avançou até as quartas da competição sendo freada apenas pela surpreendente seleção brasileira, comandada por Felipão e regida pelos “R’s” (Rivaldo, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho). Mas Beckham com certeza não passou em branco, fazendo uma ótima partida contra o Brasil e uma boa Copa do Mundo.
Em 2003 Beckham deixaria os Diabos Vermelhos e migraria para a Espanha, para atuar no maior clube do mundo: O Real Madrid. Apesar de muito criticado no início, como todo grande craque que chega ao Real Madrid, Beckham conseguiu seu espaço e se tornou peça vital do meio campo merengue. Meu fanatismo pelo agora camisa 23 do Real Madrid não diminuiu. Continuei acompanhando seu futebol e seguindo seus passos.
Após uma atuação apagada na Copa da Alemanha em 2006, Beckham acabou optando por novos ares. O jogador deixou o Real Madrid em 2007 para vestir o uniforme do Galaxy, time dos Estados Unidos e manter sua camisa 23 por lá. Ganhando um dos maiores salários do mundo se manteve no país jogando em um clube apagado para Europa, mas não para Fabio Capello (então técnico da seleção inglesa). Em 2009 o jogador foi emprestado ao Milan com um curto contrato e jogou até o fim da temporada italiana. Com o apelo do técnico Capello o jogador voltou ao Milan este ano para que então voltasse a jogar em um time de grande escalão e pudesse estar pronto para disputar a Copa do Mundo da África.
Com atuações boas e de “classudas” Beckham se tornou uma peça importante no esquema do técnico Leonardo, ajudando o time a chegar nas oitavas de final da Champions League, onde pela primeira vez Beckham enfrentaria seu (e meu também!) clube do coração: O Manchester United. No primeiro jogo, realizado na Itália, o Milan pereceu perante as forças do Manchester, mas o grande encontro viria duas semanas depois em Old Trafford, “O teatro dos sonho”. Lembro-me que fui assistir ao jogo (que o Manchester ganharia por avassaladores 4 x 0) na casa do meu amigo Rodrigo e vimos no segundo tempo de jogo a comoção da torcida vermelha. Com lágrimas nos olhos, David Beckham, entrou na segunda etapa da partida com uma salva de palmas absurda. Cartazes e faixas com os dizeres “Thanks for everything” e “Welcome home, Becks” lotavam a torcida dos “Devils”. Nunca em toda minha vida havia visto tamanha recepção, ainda mais pelo clube que, naquela situação, seria seu adversário.
Chegamos então no dia de hoje. Acabei por fazer um imenso post falando daquele que considero meu grande ídolo do futebol e o jogador que de fato acompanhei desde seus gloriosos tempos na cidade Manchester. Mas voltemos ao assunto. Ao ligar a televisão na casa da minha avó acabei assistindo parte do jogo Milan x Chievo pelo campeonato italiano. Beckham estava em campo. Faltando menos de 90 dias para o início da Copa do Mundo da África do Sul e praticamente com vaga garantida da equipe de Fabio Capello, assistia eu aquilo que parecia um filme de terror. Sozinho Beckham caíra no chão e levava as mãos a cabeça. Com a amargura extampada no rosto vi um misto de desespero e decepção. E o desespero não fora atoa. Beckham havia rompido o tendão de Aquiles, lesão que demoraria entre 5 e 7 meses para se recuperar. Foi um choque para todos nós, eu sei.
Infelizmente aos seus 34 anos Beckham não tera longa vida no futebol. E infelizmente essa seria sua ultima Copa do Mundo. Talvez a lesão de Beckham não tenha sido tão grave, talvez uma grande confusão médica e ele consiga se recuperar a tempo de vestir a camisa 7 da seleção inglesa novamente. Talvez seja tudo um pesadelo e eu vá acordar a tempo de poder ver o meu grande ídolo do futebol ter a chance de provar mais uma vez ao mundo que pode sim entrar no hall da fama do futebol. Gostaria eu que fosse verdade.
Estarei torcendo para que David Beckham se recupere da melhor forma possível e que essa lesão não seja um ponto final em sua carreira. Torço para que o Milan vá em frente em sua campanha no Campeonato Italiano e que a Inglaterra faça uma boa campanha na Copa do Mundo para que todos possam dedicar sua glória a este jogador de enorme talento e classe que fará muita falta no principal evento esportivo do mundo. Força Beckham, estamos com você!
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